Instantes


"Nossa missão na Terra dura até nosso último suspiro; portanto, até o último instante temos uma missão a cumprir. Sempre temos algo a fazer que ainda não foi feito, seja contar uma estória para alguem, desenhar, plantar uma arvóre. Para termos uma morte tranqüila é necessário termos uma vida tranqüila. Isso não quer dizer certinha, perfeita e, sim, que precisamos ter vivido com intensidade e consciência cada minuto que nos foi concedido." (Liriam Estephano )


"Instantes" é uma crônica escrita por Jorge Luiz Borges que fala sobre as coisas que realmente são importantes na vida e de como nos preocupamos com coisas sem importância e deixamos para depois muitas coisas das quais realmente gostamos até que quando nos damos conta de tudo isso a vida passou.


Lembro de meu avô lendo essa bela mensagem que ele gostava muito e argumentando que o que estava escrito é a mais pura verdade, o tempo passa e vamos adiando as coisas.


" Se eu pudesse novamente viver a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria mais tolo do que tenho sido. Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. Seria menos higiênico. Cometeria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e comeria menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. Eu fui dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto de sua vida; claro que tive momentos de alegria. Mas se eu pudesse voltar a viver trataria somente de ter bons momentos. Porque se não sabem, disso é feito a vida, só de momentos; não percam o agora. Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas. Se voltasse a viver viajaria mais leve. Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o final do outono. Daria mais voltas na minha rua, Contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente. Mas não tenho. Tenho 85 anos e sei que estou morrendo. "


Jorge Luiz Borges(escritor, poeta, tradutor, crítico e ensaísta argentino )

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