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Na floresta não existe nem rebanho, nem pastor
Quando o inverno caminha, segue seu distinto curso como faz a primavera
Os homens nasceram escravos daquele que repudia a submissão
Se ele um dia se levanta, lhes indica o caminho, com ele caminharão
Dá-me a flauta e canta!
O canto é o pasto das mentes,
e o lamento da flauta perdura mais que rebanho e pastor

Na floresta não existe ignorante ou sábio
Quando os ramos se agitam, a ninguém reverenciam
O saber humano é ilusório como a cerração dos campos
que se esvai quando o sol se levanta no horizonte
Dá-me a flauta e canta!
O canto é o melhor saber,
e o lamento da flauta sobrevive ao cintilar das estrelas

Na floresta só existe lembrança dos amorosos
Os que dominaram o mundo e oprimiram e conquistaram,
seus nomes são como letras dos nomes dos criminosos
Conquistador entre nós é aquele que sabe amar
Dá-me a flauta e canta!
E esquece a injustiça do opressor
Pois o lírio é uma taça para o orvalho e não para o sangue

Na floresta não há crítico nem sensor
Se as gazelas se perturbam quando avistam companheiro, a águia não diz: ‘Que estranho’
Sábio entre nós é aquele que julga estranho
apenas o que é estranho
Ah, dá-me a flauta e canta!
O canto é a melhor loucura
e o lamento da flauta sobrevive aos ponderados e aos racionais

Na floresta não existem homens livres ou escravos
Todas as glórias são vãs como borbulhas na água
Quando a amendoeira lança suas flores sobre o espinheiro,
não diz: ‘Ele é desprezível e eu sou um grande senhor’
Dá-me a flauta e canta!
Que o canto é glória autêntica,
e o lamento da flauta sobrevive ao nobre e ao vil

Na floresta não existe fortaleza ou fragilidade
Quando o leão ruge não dizem: ‘Ele é temível’
A vontade humana é apenas uma sombra que vagueia no espaço do pensamento,
e o direito dos homens fenece como folhas de outono
Dá-me a flauta e canta!
O canto é a força do espírito,
e o lamento da flauta sobrevive ao apagamento dos sóis

Na floresta não há morte nem apuros
A alegria não morre quando se vai a primavera
O pavor da morte é uma quimera que se insinua no coração
Pois quem vive uma primavera é como se houvesse vivido séculos
Dá-me a flauta e canta!
O canto é o segredo da vida eterna,
e o lamento da flauta permanecerá após findar-se a existência

Gibran Khalil Gibran

Quem es tu?

Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trémulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.

Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita
de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:

"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"

Gibran Khalil Gibran

À procura de uma nova canção

"

darwish_portratt Mahmoud Darwish, um dos mais importantes poetas árabes contemporâneos, cuja actividade literária e política fizeram dele o poeta nacional da Palestina.
Nasceu em 1942, na vila de Barweh, na Galileia. Com o estabelecimento do Estado de Israel, a Barweh foi arrasada, juntamente com outras 400 aldeias Palestinas, e a família fugiu para o Líbano, tendo depois regressado ilegalmente para a vila vizinha de Dayr-al-Asad. Darwish e a sua família tornaram-se assim refugiados internos sob o regime militar Israelita.
Muito cedo assumiu uma activa vida política e literária activa, e as duas estiveram sempre muito interligadas, sendo referido como o poeta da resistência. Recitava a sua poesia e viajando clandestinamente de vila em vila. Foi membro do Partido Comunista de Israel nos anos 60, depois juntou-se à Organização de Libertação da Palestina. Foi membro do Comité Executivo da OLP, mas pediu demissão devido à assinatura pela OLP dos acordos de paz de Oslo.
Devido às suas actividades, Darwish foi preso repetidas vezes, tendo-se exilado em 1970, primeiramente para a URSS, depois para o Egipto, Líbano e França. Em 1996, foi-lhe finalmente concedido autorização para viver em Ramallah, na Faixa de Gaza.
Publicou mais de 30 volumes de poesia e prosa, traduzida em 35 línguas. O seu primeiro livro de poesia, Aves sem Asas, aos 19 anos de idade. Ganhou um número de prémios durante a sua vida, incluindo o Prémio Lenine da Paz em 1983 e o Prémio de Liberdade Cultural da Fundação Lannan, em 2001.

Faleceu em 9 de agosto de 2008, após uma cirurgia no coração realizada no estado de Texas nos Estados Unidos.

Ler e recitar Darwish tornou-se para muitos palestinos e árabes um acto de identificação, de resistência e luta, de reflexão e inspiração.
Ofereço aqui a tradução de um seu poema (a partir do Inglês):

Debaixo de Assédio 

Aqui nos declives de colinas, enfrentando o crepúsculo e o canhão de tempo 
Perto dos jardins de sombras quebradas, 
Nós fazemos que prisioneiros fazem, 
E isso que o desempregado faça: 
Nós cultivamos esperança. 
* * * 
Um preparando rural para amanhecer. Nós crescemos menos inteligentes 
Porque nós assistimos a hora de vitória de perto: 
Nenhum noturno em nossa noite iluminada o descascando 
Nossos inimigos são alertos e iluminam a luz para nós 
Na escuridão de porões. 
* * * 
Aqui há nenhum "eu." 
Aqui Adão se lembra do pó do barro dele. 
* * * 
À beira de morte, diz ele: 
Eu não tenho nenhum rastro partido para perder: 
Livre eu sou assim perto de minha liberdade. Minhas mentiras futuras em minha própria mão. 
Logo eu penetrarei minha vida, 
Eu nascerei grátis  
E como meu nome eu escolherei cartas cerúleas... 
* * * 
Você que estavam na entrada, entre, 
Bebida café árabe conosco 
E você sentirá que você é os homens como nós 
Você que estavam nas entradas de casas 
Saia de nosso morningtimes, 
Nós sentiremos ressegurado para ser 
Homens gostam de você! 
* * * 
Quando os aviões desaparecem, o branco, pombas brancas, 
Saia voando e lave as bochechas de céu 
Com unbound asas tomada brilho atrás novamente, tomando posse 
Do éter e de jogo. Mais alto, mais alto ainda, o branco, pombas brancas, 
Saia voando. Ah, se só o céu 
Era real [um transcurso de homem entre duas bombas ditas a mim]. 
* * * 
Ciprestes atrás dos soldados, minaretes protegendo 
O céu de colapso. Atrás da cerca viva de aço 
Piss—under de soldados o olho alerto de um tanque— 
E o dia outonal termina seu vagando dourado dentro 
Uma rua tão largo quanto uma igreja depois de massa de domingo... 
* * * 
[Para um assassino] Se você tivesse contemplado a face da vítima 
E pensamento isto por, você teria se lembrado de sua mãe dentro o 
Supra com gás câmara, você teria sido livrado da razão para o rifle 
E você teria mudado sua mente: este não é o modo 
achar a identidade da pessoa novamente. 
* * * 
O assédio é um período de espera 
Esperando a escada de mão inclinada no meio da tempestade. 
* * * 
Só, nós estamos triste longe sós como como o sedimento 
Não era isto para as visitas dos arco-íris. 
* * * 
Nós temos os irmãos atrás desta expansão. 
Irmãos excelentes. Eles nos amam. Eles nos assistem e lamentam. 
Então, em segredo, eles contam para um ao outro: 
"Ah! se este assédio tivesse sido declarado... " Eles não terminam a oração deles/delas: 
"Não nos abandone, não nos" deixe. 
* * * 
Nossas perdas: entre dois e oito martiriza cada dia. 
E dez feridos. 
E vinte casas. 
E cinqüenta oliveiras... 
Somado este a falha estrutural que 
Chegará ao poema, o jogo, e a tela inacabada. 
* * * 
Uma mulher contou a nuvem: cubra meu amado 
Para minha roupa está encharcado com o sangue dele. 
* * * 
Se você não é chuva, meu amor, 
Seja árvore 
Sated com fertilidade, seja árvore 
Se você não é árvore, meu amor, 
Seja pedra 
Saturado com umidade, seja pedra 
Se você não é pedra, meu amor, 
Seja lua 
No sonho da mulher amada, seja lua 
[Assim falou uma mulher 
para o filho dela ao funeral dele] 
* * * 
Oh os guardas! É você não cansa 
De mentir em espera para a luz em nosso sal 
E da incandescência da rosa em nossa ferida 
Você não está cansado, oh os guardas? 
* * * 
Um pouca desta infinidade absoluta e azul 
Seria bastante 
Iluminar o fardo destas vezes 
E limpar o lodo deste lugar. 
* * * 
Está até a alma descer de seu monte 
E em seus pés sedosos passeio 
Por meu lado, de mãos dadas, como dois longtime 
Amigos que compartilham o pão antigo 
E a taça de vinho antiga 
Nós possamos caminhar esta estrada junto 
E então nossos dias levarão direções diferentes: 
Eu, além de natureza que em troca 
Escolherá se agachar em um alto-para cima pedra. 
* * * 
Em meu pedregulho a sombra cresce verde, 
E o lobo está cochilando na pele de minha cabra 
Ele sonha como faço eu, como faz o anjo 
Aquela vida está aqui... não em cima de lá. 
* * * 
No estado de assédio, tempo fica espacial 
Perfurado em sua eternidade 
No estado de assédio, espaço se torna tempo 
Isso perdeu seu ontem e seu amanhã. 
* * * 
O mártir me cerca toda vez eu vivo um dia novo 
E me questiona: Onde você estava? Leve toda palavra 
Você me devolveu aos dicionários 
E alivia os dormentes do zumbido do eco. 
* * * 
O mártir me ilumina: além da expansão 
Eu não olhei 
Para as virgens de imortalidade porque eu amo vida 
Em terra, entre árvores de figo e anseia, 
Mas eu não posso alcançar isto, e então, também, eu levei pontaria a isto 
Com minha última posse: o sangue no corpo de cerúleo. 
* * * 
O mártir me advertiu: Não acredite as ululações deles/delas 
Acredite meu pai quando, lamentando, ele olha para minha fotografia 
Como nós comerciamos papéis, meu filho, como você me precedeu. 
Eu primeiro, eu o primeiro! 
* * * 
O mártir me cerca: meu lugar e minha mobília crua são tudo aquilo que eu mudei. 
Eu pus uma gazela em minha cama, 
E um crescente de lua em meu dedo 
Satisfazer minha tristeza. 
* * * 
O assédio durará para nos convencer nós temos que escolher uma escravização que não faz nenhum dano, em liberdade mais cheia! 
* * * 
Meios resistindo que asseguram a si mesmo da saúde do coração, 
A saúde dos testículos e de sua doença tenaz: 
A doença de esperança. 
* * * 
E em que restos do amanhecer, eu entro para meu exterior 
E em que restos da noite, eu ouço o som de passos dentro de mim. 
* * * 
Saudações para o para que compartilha comigo uma atenção 
A embriaguez de luz, a luz da borboleta, no 
Negridão deste túnel! 
* * * 
Saudações para o que compartilha meu copo comigo 
Na densidade de um flanquear noturno os dois espaços: 
Saudações para minha aparição. 
* * * 
Meus amigos sempre estão preparando um adeus banquete para mim, 
Uma sepultura calmante na sombra de árvores de carvalho 
Um epitáfio marmóreo de tempo 
E sempre eu os me antecipo ao funeral: 
Quem morreu então... quem? 
* * * 
Escrever é um filhote de cachorro que morde nada 
Feridas escrevendo sem um rastro de sangue. 
* * * 
Nossas xícaras de café. Pássaros árvores verdes 
Na sombra azul, o sol cabriola de uma parede 
Para outro como uma gazela 
A água nas nuvens tem a forma ilimitada do que é deixado a nós 
Do céu. E outras coisas de recordações suspensas 
Revele que esta manhã é poderosa e esplêndida, 
E que nós somos os convidados de eternidade. 

Autor: Mahmud Darwish

Confissão de um terrorista ...

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Ocuparam minha pátria
Expulsaram meu povo
Anularam minha identidade
E me chamaram de terrorista
********
Confiscaram minha propriedade
Arrancaram meu pomar
Demoliram minha casa
E me chamaram de terrorista
**********
Legislaram leis fascistas
Praticaram odiada apartheid
Destruíram, dividiram, humilharam
E me chamaram de terrorista
***********
Assassinaram minhas alegrias,
Seqüestraram minhas esperanças,
Algemaram meus sonhos,
Quando recusei todas as barbáries

Eles...mataram um terrorista

Fonte: www.vivapalestina.com

O Amor

khalil-gibran1 Um dos poemas árabes mais belo, escrito por um dos poetas preferido de meu avô Said: Khalil Gibran.

Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.
Porque assim como o vosso amor vos coroa,
também deve crucificar-vos.

E sendo causa do crescimento,
deve cuidar também da poda.
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais tenros
que tremem ao sol,
também penetrará ate às raízes
sacudindo o seu apego a terra.
Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do palhiço.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.
Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer
os segredos do vosso coração,
e por este conhecimento
vos tornardes um bocado
do coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair da eira do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.
O amor não possui
nem quer ser possuído.
Porque o amor
basta ao amor.

Quando amardes, não digais:
-Deus está no meu coração,
mas antes:
- Eu estou no coração de Deus.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos julgar dignos,
marcará ele o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.
Mas se amardes, e tiverdes desejos,
deverão ser estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.
Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência
do amor, e sangrar
de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com um coração alado
e agradecer outro dia de amor.
Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.
Voltar a casa ao crepúsculo
com gratidão;
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado
e um canto de louvor na boca.

in "O Profeta"
de Khalil Gibran

Khalil Gibran

    أمي - Mãe



    O Vídeo mostra Said na Síria com sua mãe Mariem. Aparece também no vídeo Dahas e Turquia (irmão e irmã de Said).



    Minha mãe


    Desejo o pão da minha mãe
    O café da minha mãe
    O seu toque
    As memórias da infância crescem em mim
    Dia após dia
    Eu devo valer a minha vida
    Na hora da minha morte
    Devo valer as lágrimas da minha mãe.


    E se eu voltar um dia
    Leva-me como um véu nas tuas pestanas
    Cobre-me os ossos com relva
    Abençoada pelos teus passos
    Prende-nos um ao outro
    Com um caracol do teu cabelo.


    Com um fio da baínha da parte de trás do teu vestido
    Eu sou capaz de me tornar imortal
    Transformar-me em deus
    Se tocar nas profundezas do teu coração


    Se eu voltar
    Usa-me como madeira para alimentar o teu fogo
    Como a corda da roupa no telhado da tua casa
    Sem a tua benção
    Sou demasiado fraco para estar de pé
    Sou demasiado velho


    Devolve-me os mapas das estrelas da infância
    Para que eu
    Com as andorinhas
    Possa desenhar o caminho
    De volta para o teu ninho à minha espera


    Autor : Mahmoud Darwish

    A Floresta


    Na floresta não existe nem rebanho, nem pastor
    Quando o inverno caminha, segue seu distinto curso como faz a primavera
    Os homens nasceram escravos daquele que repudia a submissão
    Se ele um dia se levanta, lhes indica o caminho, com ele caminharão
    Dá-me a flauta e canta!
    O canto é o pasto das mentes
    E o lamento da flauta perdura mais que rebanho e pastor

    Na floresta não existe ignorante ou sábio
    Quando os ramos se agitam, a ninguém reverenciam
    O saber humano é ilusório como a cerração dos campos
    que se esvai quando o sol se levanta no horizonte
    Dá-me a flauta e canta!
    O canto é o melhor saber,
    e o lamento da flauta sobrevive ao cintilar das estrelas

    Na floresta só existe lembrança dos amorosos
    Os que dominaram o mundo e oprimiram e conquistaram,
    seus nomes são como letras dos nomes dos criminosos
    Conquistador entre nós é aquele que sabe amar
    Dá-me a flauta e canta!
    E esquece a injustiça do opressor
    Pois o lírio é uma taça para o orvalho e não para o sangue

    Na floresta não há crítico nem sensor
    Se as gazelas se perturbam quando avistam companheiro,
    a águia não diz: 'Que estranho' Sábio entre nós é aquele que julga
    estranho apenas o que é estranhoAh, dá-me a flauta e canta!
    O canto é a melhor loucura e o lamento da flauta sobrevive aos ponderados e aos racionais

    Na floresta não existem homens livres ou escravos
    Todas as glórias são vãs como borbulhas na água
    Quando a amendoeira lança suas flores sobre o espinheiro,
    não diz: 'Ele é desprezível e eu sou um grande senhor'
    Dá-me a flauta e canta!
    Que o canto é glória autêntica e o lamento da flauta sobrevive ao nobre e ao vil

    Na floresta não existe fortaleza ou fragilidade
    Quando o leão ruge não dizem: 'Ele é temível'
    A vontade humana é apenas uma sombra que vagueia no espaço
    do pensamento e o direito dos homens fenece como folhas de outono
    Dá-me a flauta e canta!
    O canto é a força do espírito e o lamento da flauta sobrevive ao apagamento dos sóis

    Na floresta não há morte nem apuros
    A alegria não morre quando se vai a primavera
    O pavor da morte é uma quimera que se insinua no coração
    Pois quem vive uma primavera é como se houvesse vivido séculos
    Dá-me a flauta e canta!
    O canto é o segredo da vida eterna e o lamento da flauta permanecerá após findar-se a existência.

    Gibran ( Poeta árabe, um dos favóritos de Said)

    Beduíno


    Nem ouro, nem prata, é areia,
    É nela que o povo vagueia,
    No solo escaldante abençoado,
    Do Profeta que veio aliado.


    A energia que da terra emana,
    Do astro que mostra a sua chama,
    Da fé dos povos sofridos,
    Da luta dos homens aguerridos.


    Do sacar do credo e das almas
    Do benzer que agora te acalmas,
    Das mãos abraças pela vitória,

    Dos dedos atados pela glória.

    É dele que forjado pela procura,
    É por ele que se torce a loucura,
    O espírito dos remanescentes,
    Os arreios dos seus expoentes.


    É no alto da sua montaria,
    Que enche a carne vazia,
    É meu o teu calado destino,
    Sou eu, o homem beduíno.


    Poesia de Alanam Muad D!b