Solidão induz a demência senil

Sênil

De acordo com um estudos publicados na Síria, a metade dos idosos que vivem sozinhos sofrem de Demência Senil . A demência , palavra de origem latina ( dementia ), é definida como: “qualquer deterioração mental” (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

Demência é um termo genérico, definida a partir da deterioração das habilidades intelectuais adquiridas, comprometimento da memória, da orientação, do pensamento abstrato e de alterações do comportamento.

A doença de Alzheimer é responsável por cerca de 50% de todas demências: 15 a 20% são devidas a multi-infartos cerebrais, relacionados com a aterosclerose; 20% são mistas; 10 a 20% são demências tratáveis (potencialmente reversíveis); e o restante são devidas a causas raras.

Das demências – 80 a 90% do geral – 70% são devidas à doença de Alzheimer ,10% às demências multi-infarto , 10% mistas , 5% relacionadas à doença de Parkinson e 5% pelas demências pouco usuais como: doença de Creutzfeldt-Jakob, alcoolismo doença de Pick, doença de Huntington, Kuru, demência pugilística, leucoencefalopatia multifocal progressiva, doença de Gertmann-Sträussler-Scheinker etc.

Incompetência psicossocial" era a definição de demência no século XVIII, quando era considerada um estado terminal e irreversível de vários transtornos mentais, neurofisiólogicos e físicos. Este conceito foi mudando, devido aos avanços da ciência, sendo considerados sintomas não centrais da demência os delírios, alucinações, transtornos do humor e do comportamento. Só no início deste século o comprometimento intelectual passou a ser considerado característica essencial da demência.
Segundo a especialista em neurologia Dra. Maria das Mercês Quintão Fróes, devemos ressaltar a presença do "esquecimento benigno e maligno da senescência", o último envolvendo demência e morte precoce, e o primeiro permanecendo relativamente estático. Este conceito ganhou popularidade ao longo do tempo, e o crescente interesse pelo idoso levou ao desenvolvimento de critérios para caracterizar um grupo de pessoas com problemas de memória, mas que eram insuficientes para preencher critérios para o diagnóstico de demência. O "National Institute of Mental Health" respondeu com a formação de um grupo de trabalho, que denominou esta patologia como "comprometimento de memória, associado à idade".

Os idosos solitários são bem mais suscetíveis a doença dos que os casados ou que vivem com outras pessoas. Ela acomete 5% das pessoas entre 65 e 80 anos, e 15%-20% com mais de 80 anos. De etiologia variada, nos idosos predominam as demências degenerativas e vasculares

O estudo comprovou que pessoas de meia idade que perdem seus cônjuges em conseqüência do divórcio ou da morte e não vivem com parentes sofrem uma deterioração nas habilidades cognitivas que na velhice elevam os perigos.

O quadro clínico, segundo a médica, reflete-se como uma síndrome de natureza crônica e progressiva, caracterizada pelo desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos e alterações da personalidade. Com a evolução, há um comprometimento sensível nas atividades pessoais, sociais e profissionais do paciente. É essencial para o diagnóstico clínico, acometimento da memória e ao menos um outro distúrbio de função cortical elevada (apaxia, agnosia, afasia ou alterações de funções executivas). O início da doença é caracterizado por esquecimento, podendo ser difícil de detectar nos primeiros estágios. Nesta primeira fase, a memória para eventos recentes é mais comprometida do que para fatos remotos. Também pode surgir déficit de atenção e concentração. São freqüentes as alterações de comportamento e outros sintomas psiquiátricos.
É importante fazer um diagnóstico correto do quadro demencial, pois 15% dos casos de demência podem ser tratados. Na avaliação de uma síndrome demencial, devemos ter uma boa história da doença, exame físico e neurológico detalhado, exame do estado mental, exames de sangue, de urina e tomografia computadorizada.

O estudo levou em consideração fatores como educação e hábitos dos idosos como se eram fumantes ou não, entre outros fatores relacionados.

O estudo sugere que viver com um parente impõe certos desafios cognitivos e sociais que previnem os perigos da demência Senil. Porém, estes resultados precisam de estudos adicionais.

Fontes: Sryrian Arab News Agency, Dr. Drauzio Varella

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