O capricho das opalas

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Saleh passeava com seu amigo Razem por uma movimentada rua comercial de Istambul. Observando aqui e ali as muitas lojas de especiarias e artigos de luxo, detiveram-se numa joalheria onde estavam expostas muitas e caríssimas pedras preciosas.
Embevecido, Saleh contemplava toda aquela fortuna, em forma de gemas dos mais variados tamanhos, formas e cores, todas refletindo o brilho das luzes que sobre elas incidiam, quando notou um detalhe: em meio àquelas preciosidades, havia uma sem brilho algum e com faces pouco trabalhadas. Intrigado, indagou: - por que está aqui esta pedra entre tantas de valor? Ela não tem atração alguma!
Sem responder, o outro - que entendia do assunto - pediu licença ao vendedor, tomou-a e ocultou-a por instantes nas mãos. Momentos depois, abriu a mão e o amigo viu, admirado, que a pedra se transfigurara e brilhava esplendidamente; todas as do arco-íris nela resplandeciam.
- É opala, esclareceu Razem, uma dessas pedras que se chamam simpáticas, porque o calor da mão irradia para elas toda a vida que pareciam não ter.
Quantas inteligências, à semelhança da opala, poderiam brilhar, alcançando sucessos notáveis, se contassem com o calor dos estímulos que a amizade sincera e uma cooperação simpática lhes proporcionassem!
A tarefa da educação - quer no sentido da instrução, da arte e, principalmente, no espiritual - é das mais sublimes que se pode imaginar, porque significa burilar e fazer brilhar a mais valiosa gema que existe: a alma humana!

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