Said Samou Salomão, sírio naturalizado
brasileiro, nasceu em Hamah no dia 16 de Julho
de 1915 e foi em sua cidade natal onde, ainda bem jovem,
iniciou sua vida laboral.
Aos 09 anos de idade tomou-se pastor de camelos, trabalho
árduo, desgastante. Era uma criança desprotegida sob o sol do deserto. Mas, não havia escolha,pois com o falecimento de seu pai ,durante a guerra, precisava ajudar sua mãe e
irmãos.
brasileiro, nasceu em Hamah no dia 16 de Julho
de 1915 e foi em sua cidade natal onde, ainda bem jovem,
iniciou sua vida laboral.
Aos 09 anos de idade tomou-se pastor de camelos, trabalho
árduo, desgastante. Era uma criança desprotegida sob o sol do deserto. Mas, não havia escolha,pois com o falecimento de seu pai ,durante a guerra, precisava ajudar sua mãe e
irmãos.
Destaque-se que todas as vezes em que contava
esse episódio de sua vida, Said mencionava com
orgulho a coragem inerente aos pastores de camelo, pois segundo ele, estes pacatos animais se transformavam em verdadeiras feras durante os não raros embates que travavam entre si.
esse episódio de sua vida, Said mencionava com
orgulho a coragem inerente aos pastores de camelo, pois segundo ele, estes pacatos animais se transformavam em verdadeiras feras durante os não raros embates que travavam entre si.
Com o passar dos anos sua mãe contraiu novo matrimonio e em uma conversa com o atual marido comentou, com pesar, acerca das poucas oportunidades que seu filho Said teria naquele lugar, encerrando o dialogo dizendo que mesmo com todo seu esforço ele jamais teria a chance de lhe trazer orgulho.
Ocorre que, por essas razões que não se sabe explicar, Said ouviu o breve comentário. E foram então essas poucas palavras que mudaram por completo o rumo de sua vida. E das nossas.
Ocorre que, por essas razões que não se sabe explicar, Said ouviu o breve comentário. E foram então essas poucas palavras que mudaram por completo o rumo de sua vida. E das nossas.
Said decidiu acompanhar seu tio Jorge, também sírio, porem já residente em Boa Vista , na viagem de volta a esta cidade.
A mãe permitiu. Contudo, Said sempre disse que a permissão era baseada na certeza de que ele não levaria o pleito adiante.
A mãe permitiu. Contudo, Said sempre disse que a permissão era baseada na certeza de que ele não levaria o pleito adiante.
Porém, assim o fez, com a mesma garra e coragem com que pastoreava os camelos e sob o juramento de não mais olhar para trás, pois de certo as lagrimas de sua mãe o fariam recuar. Então seguiu,altivo e aguerrido, em direção a um futuro incerto, solitário e distante.
Said já estava com 14 anos quando chegou a esta capital (Boa Vista) e passou a ajudar seu tio no
comércio, não recebendo de inicio salário algum. Trabalhava em troca de comida e um lugar
para dormir.
Destarte, para consegui ganhar algum dinheiro tinha que trabalhar nos períodos de folga,
engraxando sapatos, realizando pequenos serviços, enfim, fazendo tudo que lhe pudesse
trazer algum rendimento, dando inicio ao que chamava de suas economias. Verificando sua
dedicação, seu tio passou a remunera-lo e foram os cinco contos de reis, amealhados no período,
que possibilitaram que ele viesse a se estabelecer no comércio. Nesse período já trabalhava em
três expedientes como costumava afirmar. E assim foi seguindo uma vida nada fácil, distante da
mãe e dos irmãos, em um país completamente diferente, com língua e costumes tão distintos.
comércio, não recebendo de inicio salário algum. Trabalhava em troca de comida e um lugar
para dormir.
Destarte, para consegui ganhar algum dinheiro tinha que trabalhar nos períodos de folga,
engraxando sapatos, realizando pequenos serviços, enfim, fazendo tudo que lhe pudesse
trazer algum rendimento, dando inicio ao que chamava de suas economias. Verificando sua
dedicação, seu tio passou a remunera-lo e foram os cinco contos de reis, amealhados no período,
que possibilitaram que ele viesse a se estabelecer no comércio. Nesse período já trabalhava em
três expedientes como costumava afirmar. E assim foi seguindo uma vida nada fácil, distante da
mãe e dos irmãos, em um país completamente diferente, com língua e costumes tão distintos.
Entretanto, com toda a sua perseverança e esforço pessoal
venceu. Assim o digo porque conseguiu com fruto exclusivo de seu trabalho dar inicio ao que se tomaria uma profícua
jornadas empresarial.
Já casado com Latife
Abdala Salomão, com quem teve seus cinco filhos, Samara, Sumaia, Samou, Sander e Samário, abriu o
bazar das novidades, típico comercio árabe, onde se podia
comprar de tudo: tecidos, bijuterias, discos, utensílios
domésticos, matérias para construção, etc.
Ato contínuo, inaugurou a primeira bomba de combustível da cidade, que abastecia os carros adquiridos na primeira concessionária de veículos, também de sua propriedade.
Sempre contava aos netos que seu labor durava
os exatos sete dias da semana e se estendia por
três períodos, manha, tarde e noite, este ultimo
iluminado por lamparinas, já que a energia
elétrica tinha hora para apagar.
Dizia, em complemento, que o segredo do sucesso
profissional era ser muito inteligente ou muito
trabalhador.
profissional era ser muito inteligente ou muito
trabalhador.
Todavia, com sua modéstia, acreditava que só detinha o segundo requisito, sem se dar conta de que fora exatamente a união destes dois elementos que lhe permitiram construir o
legado que hoje perpassa a seus filhos.
Legado esse muito mais que patrimonial. A herança de meu avo é composta de princípios, valores e uma bela lição de vida. Era, acima de tudo, um trabalhador incansável.
legado que hoje perpassa a seus filhos.
Legado esse muito mais que patrimonial. A herança de meu avo é composta de princípios, valores e uma bela lição de vida. Era, acima de tudo, um trabalhador incansável.
Nesses meus quase dez anos de profissão, lidando com o publico diariamente, deparei-me
com muitas pessoas que, identificando 0 sobrenome, disseram-me haver trabalhado com meu avo, e nunca para o meu avo, afinal, ele não era simplesmente 0 patrão, 0 empresário. Ele carregava mercadorias, empilhava caixotes, vendia no balcão, recebia no caixa e, não fosse suficiente, ainda contava lindas histórias de seu
passado, distribuindo balas para adoçar o bate papo com seus clientes, que dali em diante tomavam- se amigos.
com muitas pessoas que, identificando 0 sobrenome, disseram-me haver trabalhado com meu avo, e nunca para o meu avo, afinal, ele não era simplesmente 0 patrão, 0 empresário. Ele carregava mercadorias, empilhava caixotes, vendia no balcão, recebia no caixa e, não fosse suficiente, ainda contava lindas histórias de seu
passado, distribuindo balas para adoçar o bate papo com seus clientes, que dali em diante tomavam- se amigos.
A doença que pouco a pouco lhe acometera não afastou essa sua característica, ele continuava trabalhando. Não mais na sua famosa Said S. Salomão LTDA, a bem verdade. Agora, seu labor era em casa, na sua incessante e incansável luta contra cada problema que acompanhava a experiência que a idade traz consigo.Trabalhou no hospital, esforçando-se para sobreviver. Trabalhava para comer, para respirar,
para sorrir, para emocionar.
No ultimo dia 19, Said se aposentou. Compulsoriamente! Afinal, após quase 94 anos de labuta, ele merecia descansar.
Texto escrito por Emira Latife Salomão (neta)
para sorrir, para emocionar.
No ultimo dia 19, Said se aposentou. Compulsoriamente! Afinal, após quase 94 anos de labuta, ele merecia descansar.
Texto escrito por Emira Latife Salomão (neta)
Texto lindo amiga, uma lição de vida e aprendizado, graças a Deus lhe foi permitido fazer parte desta caminhada.
ResponderExcluirum bjo e te amo.
Bianka Barreto.