Velhos Carnavais


Carnaval vem do latim carnelevament, modificado depois em carnevale! Quanto à origem, tem sido atribuído à evolução e à sobrevivência do culto de Ísis, dos festejos em honra de Dionísios, na Grécia, e até mesmo às festas dos "inocentes" e "doidos", na Idade Média, dando origem aos mais famosos carnavais dos tempos modernos.
No Brasil Colonial, e até nos primeiros tempos da República, o carnaval teria como principal nota característica o entrudo (do latim entroito, entrada), trazido de Portugal. Era uma brincadeira violenta, com uso de água, farinha-do-reino, fuligem, gema, cal, pó-de-sapato, alvaiade e vermelhão, que empapavam o transeunte. Em 1904, essa modalidade foi proibida, assumindo formas de maior leveza e graça, substituindo aqueles elementos por limões de cheiro e borrachas com água perfumada, além de bisnagas, precursoras dos lança-perfumes, feitas de metal e introduzidas em 1885. A brincadeira, desde a mais remota antiguidade, empolgava todos, inclusive os altos personagens do Império, que jogavam ovos podres e talos de hortaliças.
O entrudo envolveria até o Imperador Pedro II. O desfile de carros alegóricos teve início provavelmente em 1885, com o aparecimento do Congresso das Sumidades Carnavalescas. O primeiro baile de máscaras realizou-se em 1840. Esse baile foi seguido por inúmeros outros, de maior repercussão e afluência. Os bailes públicos tomaram conta das cidades, não só nos salões mas em lugares mais acessíveis ao povo.
No final do século XVIII, surgiram os blocos e os cordões, núcleos que se originariam nas duas mais vigorosas e típicas manifestações coletivas do carnaval de hoje, isto é, o carnaval de rua, os blocos e, sobretudo, as escolas de samba. A maior atenção do carnaval de rua sempre foi o desfile de carros alegóricos, com suas críticas e sátiras, adotando como temas de crítica os acontecimentos mais em voga da época.
A primeira música, especialmente composta para o carnaval, foi o "Abre-Alas", de Chiquinha Gonzaga, em 1899, composta para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, título alusivo ao presente enviado pelo Papa Leão XIII à Princesa Isabel, pela promulgação da Lei Áurea. No Brasil, ao contrário do que ocorre em outros países, o carnaval se caracteriza antes pela manifestação da euforia coletiva, do desabafo popular, do humor ingênuo das multidões que saem pelas ruas para cantar suas dores e alegrias, como se pode observar nos blocos caricatos.
Continua a crescer o prestígio do carnaval brasileiro em regiões que se valem de suas características locais para transformar os festejos momescos em acontecimentos de importância no calendário turístico internacional.

O carnaval antigo, feito de marchinhas e brincado sem excessos, sobrevive apenas em locais isolados e constitui uma exceção. Infelizmente, os festejos de Momo transformaram-se, para a maioria das pessoas, em pretexto para desregramentos de todas as espécies, terreno fértil para drogas, sexo promíscuo, vandalismo e ações irresponsáveis. 
"O povo é ou não é o dono da festa?"



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