É difícil suportar,A dor da despedida,Principalmente quando a partida,É para nunca mais voltar.
"Olhemos para os mortos como para os ausentes;
pensando assim não nos enganaremos." (Sêneca)
"A morte não é mais do que o regresso à verdadeira
vida." (Scipião)
E lá se foi um ano sem a sua presença física, passou rápido, mais ao mesmo tempo parece uma eternidade sua ausência. O tempo só aumenta a saudade e faz lembrar de todos os conselhos, de todas as dicas e todo carinho e atenção.
O tempo nos faz também lembrar de atitudes que poderiam ter sido diferente, da atenção a mais que poderia ter sido dada, dos cuidados e carinhos que deixamos de dar, as vezes pela falta de tempo na correria da vida, as vezes por imaginar que tudo é eterno e deixar com isso o amor e a dedicação para outro dia, dia que as vezes não chega, então nos deparamos com a ausência eterna e vemos como a vida é frágil e pode acabar a qualquer momento sem que pudéssemos dar todo amor e carinho que as pessoas mereciam, o tempo não volta atrás jamais a vida segue em frente e só ficam as lembranças.
Me faltam as palavras para te homenagear mais uma vez meu avô, por isso quero te homenagear através dos poetas como gostavas de fazer e mais uma vez te dizer:
MUITO OBRIGADA
Se a morte predomina na bravura
Do bronze, pedra, terra e imenso mar,
Pode sobreviver a formosura,
Tendo da flor a força a devastar?
Como pode o aroma do verão
Deter o forte assédio destes dias,
Se portas de aço e duras rochas não
Podem vencer do Tempo a tirania?
Onde ocultar - meditação atroz -
O ouro que o Tempo quer em sua arca?
Que mão pode deter seu pé veloz,
Ou que beleza o Tempo não demarca?
Nenhuma! A menos que este meu amor
Em negra tinta guarde o seu fulgor.
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Não sei por quê
Mas março vem com chuva
Que lembra despedida
Em seus lenços de nuvens,
Lenços estáticos num céu de mármore
E brisa dúbia de movimento
Com aromas incertos
Que passeiam devagar
Enquanto uma lua de presságios
Banha-se morta entre a névoa inconsciente
Das lápides de areia de uma praia,
Uma praia distante qualquer.
As chuvas de março trazem um silêncio,
Silêncio que lembra as lembranças
Que o sol ausente recusou lembrar.
Águas que como éguas no cio
Na relva molhada do peito
Cavalgam em ruidosa disparada
As cicatrizes vermelhas recentes
Dos sentimentos passados presentes
Que a onda do tempo levou.
A razão por que a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas.Talvez sempre tenham sido e sempre serão.Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos.E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos.Isso significa que este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá.
Nicholas Sparks